O Santos está perto de anunciar a renovação do contrato de Neymar. A informação, revelada por Paulo Vinícius Coelho, dá conta de que o vínculo manteria a base salarial próxima dos atuais R$ 4 milhões mensais, com ajustes pendentes apenas na área de publicidade.
Mas o problema aqui não é o valor, por mais fora da realidade que ele seja para um clube que vive à beira do abismo financeiro. O problema é outro, mais silencioso, mas ainda mais perigoso: a dívida do Santos com Neymar e sua família, que deve crescer exponencialmente caso esse novo acordo seja assinado.
Hoje, o clube já deve parte dos R$ 105 milhões do primeiro contrato ao jogador, valor que não conseguirá quitar no prazo atual. Renovar o vínculo significaria assumir uma nova promessa financeira, quando nem a anterior foi cumprida.
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E essa é a receita perfeita para a multiplicação da dívida. Como se sabe, dívidas no Brasil, quando não quitadas, não só crescem, elas se transformam em verdadeiras bolas de neve.
Com a de um novo contrato, o Santos se compromete com dois ivos ao mesmo tempo: o antigo e o novo. Com os juros correndo soltos, o risco é de que o clube se veja, em breve, sem alternativa a não ser transferir o controle da futura sociedade anônima do futebol à empresa que gere a carreira de Neymar.
Santos , Neymar e negócios anteriores
Por mais que alguns torcedores vejam com bons olhos essa possibilidade, seduzidos, talvez, pela imagem de um ídolo que “salva o clube”, convém olhar para o histórico de pai e filho no mundo dos negócios. Não há uma só negociação da carreira de Neymar que tenha sido simples, direta ou transparente.
Da saída conturbada do Santos, ando pela turbulência no Barcelona e pelo fim de ciclo no Paris Saint-Germain, todas as transferências foram marcadas por disputas judiciais, cláusulas polêmicas e prejuízos para quem acreditou neles. É esse o ponto central: o maior risco do Santos hoje não está em campo.
Está no escritório, nos bastidores. E se concretizado, pode significar que o clube, já enfraquecido em campo e nas finanças, também perca o controle do seu próprio futuro.
O torcedor do Santos merece um Neymar saudável no time, claro. Mas será que merece também carregar o peso das decisões de quem nunca se mostrou preparado para comandar nem mesmo a própria carreira?
Leia também: “Gol de juiz”, artigo de Augusto Nunes publicado na Edição 270 da Revista Oeste
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