A Ford anunciou nesta semana que contratou 500 engenheiros no Brasil em 2022. Pode ter causado uma indagação para quem acompanha as últimas notícias da montadora no país: na semana ada, a empresa vendeu a fábrica de Taubaté, no interior de São Paulo, para uma construtora, em um processo iniciado em janeiro de 2021, quando a companhia anunciou o encerramento da produção de veículos no Brasil, para se tornar apenas importadora de carros no país.
Mas a contratação por aqui tem uma estratégia global: a Ford vai manter o centro de pesquisa e desenvolvimento na Bahia. A unidade trabalha em conjunto com equipes dos Estados Unidos, onde também são desenvolvidos projetos de carros montados na Argentina e no México. Os 500 engenheiros recrutados se juntarão a outros mil profissionais na área.
“O time brasileiro tem uma contribuição importante na engenharia global da Ford, desenvolvendo produtos, patentes, tecnologias e softwares que estão ajudando a moldar o futuro da mobilidade”, afirmou o presidente da Ford América do Sul, Daniel Justo. “É uma prova da capacidade e da competitividade do nosso país em exportar projetos e conhecimento.”
Justo destacou o momento de transformação vivido pela indústria automotiva no mundo, com a introdução de novas tecnologias — como a de carros elétricos —, e mudanças de hábitos dos consumidores. De acordo com ele, isso abre oportunidades para o aproveitamento da especialização e do conhecimento da equipe da Ford no Brasil, mesmo que o grupo não mantenha mais produção local de veículos.
Pessoal, vocês conseguem ter noção do que a Ford fez?
Os veículos da Ford sempre foram ultraados, e há mais de 20 anos ela não investia num único lançamento fabricado aqui, recebia verbas e não modernizava as fábricas, e sequer resolveu os problemas dos famosos câmbios Power”Shit” dos motores Eco”Bosta”, e dos defeitos crônicos da Ranger que nasceram em 2012.
Eu abandonei Ford pela qualidade fraca de seus produtos, mas, vocês tem noção do que ela fez agora?
A Ford ficou quietinha no final do ano, deixando os consumidores que juntaram dinheiro o ano todo, somaram o 13º salário e fizeram financiamento acreditando na marca e comprando seus carros, que depois vem em janeiro e fecha covardemente as suas fábricas e provoca a desvalorização do seu patrimônio. Que respeito ela teve com os consumidores?
Claro que qualquer fábrica pode fechar as portas, mas ela ganhou muitos incentivos fiscais para ficar aberta, e também a confiança de clientes fiéis da marca, e o que ela nos deu em troca?
Primeiro: Desemprego num dos piores momentos de nossa história, com essa pandemia!!!
Vocês acham que somente os empregados da montadora, milhares, perderam seus rendimentos?
A terceirizada dos coletivos que levavam os funcionários, motoristas e até os lavadores e mecânicos desses ônibus. A empresa de alimentação, a que fornecia os uniformes, as terceirizadas de manutenção, segurança, jardinagem, etc. Os fornecedores desde o papel higiênico do banheiro, de lâmpadas até as graxas e óleos usados nas máquinas. Até o tiozinho da esquina que vendia seus salgados…
Se ferraram também empresas de convênio médico, fornecedores de peças, etc.
Os municípios que receberam estas empresas vão sofrer com as perdas sociais, desde a falta de renda dos empregados aos impostos que deixam de arrecadar.
Estruturas ociosas e mais desempregos.
Segundo: Os próprios consumidores da marca. Hoje eles amarguram com a depreciação dos seus carros.
A fábrica diz que não faltará peças. Não mesmo? então porque chamou funcionários às pressas para produzir peças que já estavam em falta?
Os poucos informados dizem que as peças são fabricadas por terceiros. Mentira. Muitas são fabricadas pela própria montadora. Até o coração do carro, o motor, é feito pelas montadoras na maioria delas, e na Ford não é diferente.
E as indústrias de peças? Vão ter interesse de fornecer peças só para o mercado de reposição? Afinal, o grosso das vendas sempre foram as montadoras. E se alguma resolver fabricar uma quantidade pequena para atender esse mercado de usados, vai manter um preço baixo? Porque o preço varia em função do volume de produção, quando esta é reduzida, o custo de produção e distribuição sobe.
E a qualidade das peças? Quem vai garantir? Antes a fábrica garantia o produto original, e agora os fabricantes podem mudar especificações e reduzir qualidade para baixar custos.
Como ficarão os donos dos carros com o famigerado câmbio Power Shift que ganhou o apelido (até na fábrica) de Power “Shit” (shit = “merda” em inglês)?
A Ford nunca substituiu essas bombas, e como ficarão os consumidores que ainda tinham a esperança de ver algo ser feito em relação a esse problema? E os defeitos crônicos que nasceram na Nova Ranger em 2012 e até hoje incomodam os clientes?
Tudo isso mais o fato de não lançar nada novo aqui será que já não eram sinais do que estava por acontecer?
Pois bem, agora a Ford faz cara de que nada aconteceu, promete montar um escritório de importação aqui e continuar revendendo seus carros no Brasil, e levando o dinheiro para fora. Mas, ela está fechando fábricas no mundo todo, e até na Argentina onde é feita a Ranger ela está demitindo.
Então como confiar nela?
Que consideração ela pode ter conosco agora depois de tudo que fez?
Será que ela acredita que fará uma lavagem cerebral no mercado brasileiro e tudo continua como se nada tivesse acontecido? Será que pensa que somos tão estúpidos e idiotas assim?
Enquanto ela ou as últimas décadas ignorando o Brasil, mais de 20 fabricantes vieram para cá, centenas de novos modelos chegaram aqui, e muitos estão investindo e apostando aqui (alguns até querendo entrar aqui), gerando empregos, impostos, benefícios sociais, etc., e até sem pegar um centavo de incentivo fiscal, que na verdade é dinheiro do povo.
Vamos valorizar quem aposta no Brasil, investe aqui e nos trata com respeito, e não com quem foi covarde e desprezou tudo que fizemos.
Pra mim, Ford nunca mais !!!
Quem quiser comprar, que compre, mas que reflita sobre o “legado” que ela está nos deixando e os riscos de investir na marca, lembrando que logo as concessionárias começam a fechar e faltar peças.
Muito boa notícia. Ao menos aproveitaram profissionais especializado. Continuar uma montadora na Argentina, aí é dose…
Mão de obra especializada em baixa no mundo, contratando engenheiros capacitados para desenvolvimento de projetos no Brasil paga-se menos obtendo bons resultados.
Só não querem fabricar onde se tem a maior carga tributária do mundo e um judiciário que trabalha contra o empresariado e contra o país.
Parabéns a Ford na contratação de 500 engenheiros, com certeza alguns no primeiro emprego, sonhos realizados, famílias orgulhosas ,e que esses profissionais qualificados venha a desenvolver com o seu trabalho produtos de qualidade e competitivos no mercado.
Menos propaganda!!!!