Contratos de instalações ocupadas por empresas dos setores atingidos podem não ser renovados
O avanço da pandemia do novo coronavírus no Brasil e no mundo e a perspectiva de crescimento menor do que o previsto para o Produto Interno Bruto (PIB) fizeram com que os investidores de fundos imobiliários (FIIs) penalizassem os inquilinos de imóveis mais vulneráveis à desaceleração da economia.
As três maiores quedas em março, até o fechamento do pregão de quinta-feira 13, registraram-se nos fundos Anhanguera Educacional (-27,43%), General Shopping e Outlets (-22,93%) e o XP Corporate Macaé (-22,15%), enquanto o Índice de Fundos Imobiliários (Ifix) recuou 10,20% no mesmo período, segundo levantamento da Toro Investimentos.
No primeiro caso, metade dos contratos de locação dos imóveis ocupados pela rede de universidades expira neste ano, e não há informação se serão renovados. No terceiro caso, o fundo tem um único prédio comercial no Rio de Janeiro, que será desocupado pela Petrobras. As incertezas sobre os rumos do país aumentam o medo de investidores de que os imóveis ficarão desocupados, garante a Toro.
No pódio das maiores baixas do Ifix, está o FII General Shopping e Outlets, no qual investidores preveem provável queda no movimento dos centros de compras, devido às restrições impostas pelo coronavírus. Portanto, é alta a probabilidade de o prédio ser reado a quem possa pagar.
Outros fundos entre as maiores quedas do Ifix no mês seguem a mesma lógica, observa a Toro. O FII Rio Negro (-18,90%) tem prédios de escritórios em Alphaville, na Grande São Paulo, uma região que demora a encontrar inquilinos em comparação com os principais polos, como a Faria Lima. O mesmo vale para o FII Edifício Galeria (-19,45%), com um só edifício de escritórios, sem estacionamento, no Rio.
Trata-se de um cenário negativo e que pode piorar, caso a economia do Brasil não decole.