De acordo com o Relatório Anual de Tendências Globais, publicado nesta quinta-feira, 12, pelo Acnur, a agência da ONU para Refugiados, o número de pessoas em deslocamento forçado bateu novo recorde.
No fim de abril, segundo o relatório, 122,1 milhões de pessoas viviam refugiadas ou haviam sido forçadas a deixar suas casas para fugir de guerras, perseguições e outros tipos de violência. O número de deslocados registrado no mesmo período do ano ado foi de 120 milhões.
O crescimento no número de deslocados à força mantém tendência registrada nos últimos 13 anos em todo o mundo.
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Segundo a agência Acnur, “os principais fatores que provocam o deslocamento continuam sendo grandes conflitos, como os do Sudão, Mianmar e Ucrânia, e a constante incapacidade de cessar os combates”.
“Vivemos em uma era de intensa volatilidade nas relações internacionais, em que as guerras modernas criam um cenário frágil e devastador, marcado por um sofrimento humano agudo”, disse Filippo Grandi, alto comissário da ONU para Refugiados. “Devemos redobrar nossos esforços para buscar a paz e encontrar soluções duradouras para os refugiados e outras pessoas forçadas a fugir de seus lares.”
Registros da ONU incluem deslocamentos dentro dos próprios países
O número de pessoas deslocadas dentro do próprio país devido a conflitos alcançou 73,5 milhões no final de 2024. O número de refugiados forçados a deixar seus países chegou a 42,7 milhões no mesmo período.
Sudão é o país com mais pessoas deslocadas à força
Com 14,3 milhões de refugiados e deslocados internos, o Sudão é o país com o maior número de pessoas deslocadas à força no mundo, superando a Síria, que tem 13,5 milhões de pessoas na mesma situação. Em seguida vêm o Afeganistão, com 10,3 milhões, e a Ucrânia, com 8,8 milhões de deslocados.
Deslocamento forçado nas Américas
De acordo com o relatório, no final de 2024 o número de pessoas em deslocamento forçado nas Américas era de 21,9 milhões, ou 17,6% do total mundial.
“As situações de deslocamento forçado nas Américas, provocadas por conflitos e violações de direitos humanos, representam riscos significativos para a estabilidade e a prosperidade regionais”, disse José Samaniego, diretor regional do Acnur para as Américas. “Apesar disso, muitos países da América Latina e do Caribe mantiveram suas fronteiras abertas e alcançaram avanços significativos na proteção, estabilização e integração das populações deslocadas.”
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As principais causas para o deslocamento interno nas Américas são o crime e a insegurança, “desde a violência indiscriminada de gangues no Haiti até o impacto do conflito nas comunidades da Colômbia”.
A ONU diz que 60% das pessoas forçadas a fugir nunca cruzam as fronteiras de seus próprios países.
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