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Edição 273

Defensor do Hamas

Lula tem repetido declarações contra Israel que não am de fake news

Há um provérbio que diz que, na guerra, a primeira vítima é a verdade. No caso do conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas, um intruso resolveu incorporar as falsas afirmações e fortalecer o lado terrorista da disputa: o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lula não tem se destacado por conter o déficit público nem por desvendar a fraude do INSS. Em seu governo, ele chama mais atenção por difundir fake news contra Israel do que por qualquer esforço real de mediação.

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O motivo é claro: a ideologia da esquerda, com sua narrativa que impõe a Israel o papel de opressor e, de certa maneira, glorifica atos terroristas como forma de resistência. Uma postura que carrega um viés antissemita.

Lula adotou um discurso conveniente, dedicado a agradar à sua base. Um discurso em que a verdade é invertida. Recebe com honras um palestino simpatizante do Hamas e transforma um grupo terrorista em vítima. Depois, acusa a comunidade judaica de “vitimismo” por reagir a declarações abertamente antissemitas.

Em pelo menos cinco ocasiões, muitas em eventos no exterior, acusou Israel de genocídio. A cada fala, evidencia total ignorância sobre as diretrizes das Forças de Defesa de Israel (FDI) formalizadas em documentos que se tornaram leis em um Estado institucionalizado.

Ao mesmo tempo, Lula é receptivo a qualquer dado manipulado pelo Hamas, grupo que viola as Convenções de Genebra e as normas da Organização das Nações Unidas. O objetivo dos terroristas é criar, por meio de notícias fabricadas, a falsa imagem de que Israel é o vilão da guerra.

Às vezes a mentira vem à tona. As forças israelenses conseguem desmascarar a manipulação. Em outubro de 2023, o Hamas acusou Israel de ter bombardeado o hospital Al-Ahli. Dias depois, provou-se que o local havia sido atingido por um míssil da Jihad Islâmica, segundo as FDI.

A manipulação de informações é prática recorrente do Hamas. Em outro episódio, durante a distribuição de ajuda humanitária, as FDI afirmaram ter disparado tiros de advertência contra uma multidão que avançava sobre um comboio protegido, mas negaram qualquer ataque com artilharia. 

A tragédia ocorreu em meio à confusão, com tiros vindos de dentro do tumulto, e não por bombardeio israelense, como noticiado inicialmente. Casos como esse e o do hospital Al-Ahli evidenciam como o Hamas distorce fatos e usa informações como armas.

Blá-blá-blá

Lula também insiste em repetir dados divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza, um braço do Hamas, como se fossem confiáveis. Segundo esse órgão, teriam morrido mais de 50 mil pessoas. Não há nenhum critério nessa contagem, que apresenta números sem nenhuma consistência, inflados para responsabilizar Israel.

Em abril de 2024, Lula afirmou que mais de 12 milhões de crianças teriam morrido em Gaza. A população local gira em torno de 2 milhões.

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“Deveria haver uma lei que obrigasse toda pessoa que deseja se tornar presidente a aprender a contar”, ironizou o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, marcando Lula em uma publicação nas redes.

O presidente brasileiro também omite que muitos dos mortos eram integrantes do Hamas, que se misturam à população civil e evitam usar trajes militares, justamente para confundir, inclusive nos pontos de distribuição de ajuda.

“Esses locais são alvos estratégicos para o Hamas instaurar o caos”, explica o articulista norte-americano Seth J. Frantzman, no jornal The Jerusalem Post. “Eles empurram civis para a linha de fogo ou inventam mártires diariamente, se isso ajudar sua causa.”

As FDI rejeitam as acusações de genocídio. Consideram que são uma propaganda a favor do terrorismo. “Diferentemente do Hamas, as FDI seguem o Direito Internacional”, afirma o major Rafael Rozenszajn, porta-voz das FDI e nascido no Brasil. “Todos os nossos alvos são militares. Infelizmente, o Hamas usa civis como escudos humanos e utiliza estruturas civis como plataformas para lançar foguetes, centros de comando e depósitos de armas.”

“Genocídio é a destruição intencional de um grupo étnico, nacional ou religioso”, lembra Ricardo Berkienzstat, presidente-executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp). “O que Israel faz é proteger sua população e tentar resgatar os mais de 55 reféns ainda mantidos em cativeiro nos túneis do Hamas.”

Outro ponto: Lula jamais menciona que a guerra foi deflagrada depois do ataque brutal do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou mais de 1,2 mil mortos e mais de 250 sequestrados, incluindo crianças e idosos. A barbárie chocou aliados de Israel e até críticos do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Além de cometer atrocidades no ataque inicial, o Hamas mantém os reféns em condições sub-humanas. Segundo Berkienzstat, o governo brasileiro tem sido omisso em relação à situação dos sequestrados, como se suas vidas fossem “menos importantes que as das demais vítimas”.

A família de Michel Nisenbaum, brasileiro assassinado pelo Hamas, só foi recebida depois de pressão da comunidade judaica. Sua irmã acusou Lula de permanecer no “blá-blá-blá”.

Persona non grata

Em várias ocasiões Lula minimizou a violência do Hamas. Acusou Israel de “massacre de inocentes” e de “resposta desproporcional”, ignorando o ataque terrorista que iniciou o conflito. À Al Jazeera, disse que a resposta israelense era mais grave que o atentado sofrido. Juristas apontam que a fala distorce a ideia de legítima defesa.

O presidente também se recusa a definir o Hamas como grupo terrorista. Prefere termos como “movimento” ou “organização política”. Isso compromete a credibilidade da diplomacia brasileira.

A tática do Hamas é clara: semear o caos e espalhar desinformação. “Eles exploram os pontos de ajuda humanitária para provocar tragédias que possam ser atribuídas a Israel”, prossegue Frantzman. “Se puderem criar mártires, farão isso todos os dias.”

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As falas de Lula alimentam essa estratégia. Neste mês de junho, ele afirmou que não se trata de uma “guerra normal”, mas de “um exército matando mulheres e crianças”. E ironizou: “Vem dizer que é antissemitismo? Precisa parar com esse vitimismo. O que está acontecendo na Faixa de Gaza é um ge-no-cí-dio”. Lula prosseguiu: “Essa guerra não é do povo judeu nem do povo de Israel. É a vingança de um governo contra a possibilidade da criação do Estado Palestino. Por trás disso está o desejo de controlar Gaza”.

Sua fala em fevereiro de 2024, na Etiópia, comparando as ações de Israel ao Holocausto, gerou a maior crise diplomática entre os dois países. Netanyahu acusou Lula de banalizar o Holocausto. Israel Katz, então chanceler, declarou Lula persona non grata.

O embaixador brasileiro em Tel Aviv foi repreendido no Memorial do Holocausto. O Brasil retaliou, chamando seu diplomata de volta e convocando o embaixador israelense em Brasília. Relações diplomáticas historicamente amistosas, inclusive nas áreas de comércio e defesa, foram abaladas.

“Nenhuma comparação com o Holocausto é aceitável”, diz Berkienzstat. “Foi o maior crime da história, com 6 milhões de judeus assassinados apenas por serem judeus. Não itimos esse tipo de comparação jamais.”

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Falas irresponsáveis

As declarações de Lula também atiçaram grupos ideológicos, como o Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS Brasil) e o Movimento Sem Terra (MST), que aram a pressionar o governo a romper relações diplomáticas com Israel. Uma carta com mais de 12 mil s, incluindo artistas como Chico Buarque e juristas, foi entregue ao presidente com esse pedido.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) relata que, impulsionadas pelas falas do presidente, as denúncias de antissemitismo cresceram 350% entre 2022 e 2024 no país. “O Brasil é um país onde a comunidade judaica sempre viveu em paz, mas o presidente da República, com suas falas irresponsáveis, parece querer criar problemas, promovendo o antissemitismo entre seus apoiadores”, alerta a entidade.

A política que Lula mais domina parece ser a de cometer gafes. Gafes que, muitas vezes, cumprem um propósito: vender a imagem do homem simples, ainda que desinformado. Israel tem se dedicado a rebater, ponto a ponto, todas essas distorções espalhadas pelo presidente. 

“Essa guerra poderia acabar hoje”, conclui o porta-voz Rozenszajn. “Basta o Hamas devolver os reféns, depor as armas e abandonar sua obsessão de eliminar Israel do mapa.” No meio de tantas narrativas, Lula deveria reconhecer que essa é a maior verdade.

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