Usuários de planos de saúde têm mais chances de conseguir uma cirurgia de emergência do que pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa é a conclusão da pesquisa Demografia Médica no Brasil 2025, realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com apoio da Associação Médica Brasileira e do Ministério da Saúde.
Os dados mostram que beneficiários de convênios particulares têm 34% mais chances de ar por cirurgia de apêndice em comparação a pacientes do SUS. A taxa é de 100 procedimentos por 100 mil habitantes na rede privada, contra 74 no sistema público.
Leia mais: “1 em cada 3 cidades enfrenta falta de vacinas, diz Confederação Nacional dos Municípios”
Já nos procedimentos para retirada da vesícula, a diferença chega a 58,7%. O setor privado registra 312 procedimentos por 100 mil habitantes, enquanto o SUS contabiliza 197.
A disparidade é ainda maior nas cirurgias de hérnias da parede abdominal. Planos de saúde realizam 401 procedimentos por 100 mil habitantes. No SUS, são 215 — um índice 86,6% inferior.
Técnica cirúrgica do SUS é mais perigosa
O estudo também mostra que 70% dos cirurgiões no Brasil atuam tanto na rede pública quanto na privada. Apenas 10% trabalham exclusivamente no SUS, enquanto 20% atuam só no setor privado.
A pesquisa identificou gargalos na técnica cirúrgica. No SUS, a maioria dos procedimentos ainda é feita por via aberta, o que pode aumentar complicações, prolongar a internação e atrasar a recuperação.
+ Leia mais notícias de Saúde em Oeste
Na cirurgia de apêndice, só 11,3% dos pacientes do SUS am por videolaparoscopia, método minimamente invasivo. Na rede privada, esse índice é de 76%. Em cirurgias de vesícula e hérnia, a diferença também é expressiva: 54,1% contra 94%, e 0,6% contra 22,1%, respectivamente.
Entre ou assine para enviar um comentário. Ou cadastre-se gratuitamente
Você precisa de uma válida para enviar um comentário, faça um upgrade aqui.